Sexta 20.02.09
Hoje acordamos um pouco mais cedo do que o costume para vermos o nascer do sol no rio Yamuna nos ghats de Mathura. Negociamos um passeio de barco durante 30m com um "capitao" muito engracado que nao parava de referir-se ao rio como a "mae" de todos aqueles que habitam as suas margens desde os devotos que se banham naquelas aguas sagradas ate aos macacos, flamingos, pelicanos... Estes sao os figurantes que dinamizam o cenario fantasmagorico e decadente daquela que no passado deve ter sido uma cidade importante com algumas historias escondidas por entre todas aquelas ruinas. Se a tudo isto juntarmos o facto de que uma bruma pairava no ar filtrando lentamente um nascer do sol que pintava a paisagem em tons alaranjados num silencio apenas interrompido pelo bater constante dos remos na agua e pelos esporadicos gritos de um macaco ou do piar de uma ave, Mathura revela-se como uma pintura saida do romantismo do seculo XIX. Mas e ai que reside exactamente o seu maior encanto, na facilidade com que nos transporta no tempo e deixa a nossa imaginacao divagar por entre idealizacoes de como a cidade seria no seu passado glorioso...
Hoje acordamos um pouco mais cedo do que o costume para vermos o nascer do sol no rio Yamuna nos ghats de Mathura. Negociamos um passeio de barco durante 30m com um "capitao" muito engracado que nao parava de referir-se ao rio como a "mae" de todos aqueles que habitam as suas margens desde os devotos que se banham naquelas aguas sagradas ate aos macacos, flamingos, pelicanos... Estes sao os figurantes que dinamizam o cenario fantasmagorico e decadente daquela que no passado deve ter sido uma cidade importante com algumas historias escondidas por entre todas aquelas ruinas. Se a tudo isto juntarmos o facto de que uma bruma pairava no ar filtrando lentamente um nascer do sol que pintava a paisagem em tons alaranjados num silencio apenas interrompido pelo bater constante dos remos na agua e pelos esporadicos gritos de um macaco ou do piar de uma ave, Mathura revela-se como uma pintura saida do romantismo do seculo XIX. Mas e ai que reside exactamente o seu maior encanto, na facilidade com que nos transporta no tempo e deixa a nossa imaginacao divagar por entre idealizacoes de como a cidade seria no seu passado glorioso...
De volta ao hotel tentamos negociar um taxi que nos levasse ate Vindravan e depois Fatehpur Sikri mas em vao. Estes indianos preferem perder dinheiro e uma boa oportunidade de fazer negocio com mais lucro do que normal do que nao extorquir escandalosamente um turista!!!
Enfim... la regateamos mais um preco para que um auto-rickshaw nos levasse ate Vindravan com paragens em alguns templos pelo caminho, a maior parte deles devotos a Krishna e que apos observar mais atentamente as figuras mecanizadas pintadas em azul no Templo de Pagal Baba e pensar na sua historia, passado e presente me levou a conclusao de que este episodio do Hinduismo e os devotos de Krishna me arrepiam a espinha! Do conjunto de templos que visitamos aqueles que mais se destacaram foram os templos de Govinda e Rangaji onde os locais nao paravam de nos alertar para o facto de que os macacos nos iam roubar os oculos de sol. Estes templos estao mais bem conservados do que os de Mathura mas a sua volta existe o mesmo tipo de decadencia e passado fantasmagorico ou antes assombrado.
Por volta do meio-dia voltamos para Mathura para apanhar um comboio para Agra que estava atrasado 2h e como tal apenas chegamos a Agra por volta das 16h pelo que tivemos que refazer os nossos planos e ver parte de Agra hoje e outra parte amanha incluindo Fatehpur Sikri. Na viagem de comboio travei amizade com um indiano que vive em Singapura e que estava por estes lados apos ter ido ao casamento de um amigo. Ao sair de comboio um homem nos seus 60 ofereceu-se para nos levar ate ao hotel no seu rickshaw a um preco justo. Pradeep de seu nome, falava bem ingles e foi muito educado pelo que nao foi dificil "conquistar-nos". Durante a viagem ele perguntou-nos se precisavamos de um rickshaw para o resto do dia e para o dia seguinte e eu comecei a discutir um preco, ja acostumado aos chulos de Delhi, mas ele muito educadamente disse-me que pagava no fim o que achasse justo! Ao principio fiquei algo desconfiado mas senti desde o principio que podia confiar neste homem... Avaliar ou determinar imediatamente o caracter de uma pessoa e' uma caracteristica minha, para o bem ou para o mal e muito raramente me engano. Alem disso, nao acontece frequentemente, mas ocasionalmente na minha vida, sinto que apesar de nao conhecer alguem muito bem ou ha muito tempo, lhes poderia confiar a minha vida. De qualquer maneira e voltando ao relato do dia, fizemos o check-in no nosso hotel para a suite deluxe com ar condicionado e vistas do Taj Mahal que tinha reservado por apenas 550 rupias!!! A primeira impressao da paisagem e aquela de uma fotomontagem, ou de uma tela impressa, uma miragem que sabemos nao ser real... no entanto por mais que pestaneje os meus olhos ele continua la... subimos a cobertura do hotel para comemos qualquer coisa no restaurante e la fomos nos com o Pradeep e o seus 32 anos de experiencia a revelarem-no como o melhor conductor de auto-rickshaw da India! A serio, enquanto que a Crystal se contraia toda eu divertia-me como se estivesse a jogar playstation alheio ao perigo iminente! No entanto e como ja referi uma das regras de transito e nao bater em ninguem e por incrivel que pareca e assim mesmo apesar do caos em que tudo acontece. Cruzamos o "rio" e visitamos o Itimad-ud-Daulah, o precursor do Taj Mahal. Sem ele uma das 7 maravilhas do mundo nao existiria uma vez que este fou o primeiro edificio mughal a ser construido inteiramente em marmore. Apos apreciar este belo tumulo conhecido como o "Baby Taj" partimos em direcao ao "Metah Bagh", que se pensa ter sido a tentativa falhada da construcao de um replica em negro do Taj. Aconselhados pelo Padreep, que sempre nos alertava sobre os esquemas utilizados para enganar turistas, descemos ate as margens arenosas do rio Yamuna, que 150km abaixo de Mathura nao e nada mais do que aguas estagnadas, e daqui podemos, possivelmente, apreciar a melhor vista do Taj, ainda mais magica ao por do sol. Antes que o crepusculo assumisse a negridao da noite voltamos ao rickshaw onde o Pradeep nos aguardava mastigando o seu "paan" e nos conduziu de volta ao hotel. Combinamos uma hora para o dia seguinte e insistiu que apenas pagasse no dia seguinte, facto ao qual acabei por anuir. Antes de dizermos adeus perguntei-lhe se ia para casa e se tinha familia, pergunta a qual reagiu euforicamente tirando do porta-luvas um album com fotos da familia e de alguns turistas que tinham ido a sua casa jantar. Apenas veio confirmar a minha primeira impressao de que este era um bom Homem em quem podia confiar. Jantamos no restaurante na cobertura do nosso hotel e recolhemos a nossa "suite" uma vez que temos planeado acordar amanha cedo para ver o nascer do sol desde o interior do recinto do Taj Mahal. A expectativa e grande...
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